Design Industrial: A história e o trabalho do design

Design Industrial de Bernd Lobach é uma obra fundamental para o aprendizado sobre design, para metodologias e para o contexto histórico.

Além de abordar os princípios, a natureza da atividade, seus aspectos práticos e teóricos, o autor também mostra o papel do design além de sua função estética e subjetiva, ressaltando seu vínculo com a tecnologia e com as ciências sociais dentro do contexto socioeconômico com o objetivo de desenvolver produtos e soluções relevantes dentro da nossa sociedade.

Design Industrial de Bernd Lobach O processo de percepção humano influencia a noção do produto

Citações selecionadas do Design Industrial de Bernd Lobach

Daí podemos deduzir que o design é uma ideia, um projeto ou um plano para a solução de um problema determinado. O design consistiria então na corporificação desta idéia para, com a ajuda dos meios correspondentes, permitir sua transmissão aos outros” (LOBACH, 2000, p. 16)

Assim, o conceito de design compreende a concretização de uma idéia em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração resultando em um produto industrial passível de produção em série” (LOBACH, 2000, p. 16)

Design Industrial: Processo de adaptação dos produtos de uso, fabricados industrialmente, às necessidade físicas e psíquicas dos usuários ou grupo de usuários” (LOBACH, 2000, p. 22)

[As necessidades] são o resultado da sensação de uma deficiência que se tenta sanar” (LOBACH, 2000, p. 26)

As necessidades têm origem em alguma carência e ditam o comportamento humano visando à eliminação dos estados não desejados” (LOBACH, 2000, p. 26)

Quando as necessidades são satisfeitas, o homem sente prazer, bem-estar, relaxamento. A satisfação de necessidade pode, portanto, ser considerada como a motivação primária da atuação do homem” (LOBACH, 2000, p. 26)

[…] além das necessidades falamos de desejos, anseios e ambições dos homens que são identificados como aspirações” (LOBACH, 2000, p. 26)

Em oposição às necessidades, as aspirações não são derivadas de deficiências ou faltas. As aspirações são espontâneas e surgem como conseqüência do curso das idéias e podem ser satisfeitas por um objeto que, como tal, passa a ser desejado” (LOBACH, 2000, p. 27)

O processo se inicia com a pesquisa de necessidades e aspirações, a partir das quais se desenvolverão as idéias para sua satisfação, em forma de produtos industriais (projeto de produtos). É na transformação destas idéias em produtos de uso (desenvolvimento de produtos) que o designer industrial participa ativamente” (LOBACH, 2000, p. 29)

A expansão da produção industrial, no caso dos produtos de uso, depende da satisfação das necessidades dos usuários – assim, o fabricante tem a venda garantida. Ao se alcançar um determinado grau de desenvolvimento e com ele uma saturação do mercado, é preciso descobrir ou despertar novas necessidades para se garantir a continuidade do crescimento econômico. Neste processo está integrado o designer industrial e em muitos casos ele tem a seu cargo a tarefa de tornar possível o aumenta da produção através do uso de novos materiais ou encontrando novas funções ou possibilidades de uso dos produtos” (LOBACH, 2000, p. 30)

Pode-se definir os objetos de uso como idéias materializadas com a finalidade de eliminar as tensões provocadas pelas necessidades. A eliminação das tensões ocorre durante o processo de uso, quando o usuário desfruta das funções do objeto” (LOBACH, 2000, p. 36)

A lógica dos produtos industriais consiste em que, quando produzidos, devam proporcionar – pela sua venda – um lucro. Além disso, a natureza do produto deve garantir que seu uso possa efetivamente satisfazer as necessidades do usuário, já que este é o único motivo que o induz a despender algum dinheiro na sua compra” (LOBACH, 2000, p. 39)

São funções práticas todas as relações entre um produto e seus usuários que se situam no nível orgânico-corporal, isto é, fisiológicas [necessidades físicas]. A partir daí poderíamos definir: São funções práticas de produtos todos os aspectos fisiológicos e uso” (LOBACH, 2000, p. 58)

A função estética é a relação entre um produto e um usuário no nível de processos sensoriais [reação psicológica]. A partir daí poderemos definir: A função estética dos produtos é um aspecto psicológico da percepção sensorial durante seu uso” (LOBACH, 2000, p. 59)

A configuração [estética] adquire uma importância especial nesta época em que as funções práticas de produtos oferecidos por muitos concorrentes estão praticamente no mesmo nível” (LOBACH, 2000, p. 62)

A função estética se impõe à nossa percepção, ela se une as outras funções [práticas e simbólicas] e as supera” (LOBACH, 2000, p. 63)

A função simbólica dos produtos é determinada por todos os aspectos espirituais, psíquicos e sociais do uso” (LOBACH, 2000, p. 64)

Um símbolo é um sinal, um signo que existe para algo. A realidade (p. ex., o Estado) que é representada por um símbolo (a bandeira) está presente no espírito humano pela presença deste símbolo” (LOBACH, 2000, p. 64)

A função simbólica dos produtos possibilita ao homem, por meio de sua capacidade espiritual, fazer associações com as experiências passadas” (LOBACH, 2000, p. 64)

Um objeto tem função simbólica quando a espiritualidade do homem é estimulada pela percepção deste objeto, ao estabelecer ligações com suas experiências e sensações anteriores. A partir daí poderemos definir: A função simbólica dos produtos é determinada por todos os aspectos espirituais, psíquicos e sociais do uso” (LOBACH, 2000, p. 64)

Referências

LOBACH, Bernd. Design Industrial. Rio de Janeiro: Edgard Blucher, 2000.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima
Abrir bate-papo
Faberhaus
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?