Imunidade à mudança: Por que mudar pode ser difícil

A imunidade à mudança é uma teoria que apresenta um caminho para conhecermos o motivo pelo qual mudar pode ser difícil para nós.

Nessa teoria do prof. Dr. Robert Kegan e Lisa Lahey são propostas duas bases, a primeira é que a resistência à mudança é parte natural do nosso sistema de proteção e trabalha para nos ajudar a manter os compromissos profundos que temos com Grandes Suposições construídas pela nossa mente, daí o conceito de ser um sistema de imunidade e não necessariamente de resistência.

A segunda é que não conhecemos conscientemente essas Grandes Suposições e isso dificulta mudarmos, pois normalmente as coisas que queremos fazer e não conseguimos estão disputando diretamente com elas.

Para mudar, ou seja, inserir ou retirar determinados comportamentos das nossas vidas teríamos, nesse sentido, que enxergar essas Grandes Suposições e a partir disso trabalhar para invalidá-las ou validá-las de forma mais precisa, se for o caso.

Isso quebraria o sistema imunológico que deixaria de enxergar a mudança como uma ameaça permitindo isso acontecer mais facilmente.

O mapa da imunidade à mudança

Para conseguirmos descobrir as Grandes Suposições que alimentam nossa imunidade à mudança, a teoria propõe uma estrutura com quatro colunas que devem ser preenchidas sucessivamente:

Mapa da imunidade à mudança – Diagrama

Comprometimento: a primeira coluna diz respeito as metas de melhoria que queremos, ou seja, aquilo que estamos tentando fazer ou queremos fazer, mas não conseguimos ainda.

O que faço/não faço: a segunda coluna é reservada para completarmos com o que fazemos ou não fazemos que nos atrapalham a alcançar essa meta.

Concorrência: a terceira coluna deve ser preenchida com os comprometimentos internos por trás do que fazemos ou não fazemos. Aqui vale começar transformando cada um dos itens da coluna dois em preocupações e depois escrever essas preocupações em forma de comprometimento.

Grandes suposições: a quarta e última coluna é onde colocamos nossas Grandes Suposições. Elas são observáveis quando olhamos o que está escrito na coluna três.

É importante seguirmos a ordem de preenchimento, pois tentar pular o processo pode nos levar a uma Grande Suposição enganosa. Preencher passo a passo faz com que nossas crenças se tornem conscientes gradativamente, o que torna o sistema imunológico à mudança mais claro para nós.

Para preencher essa estrutura vale ficar atento as seguintes dicas:

Mapa da imunidade à mudança – Instruções

Trabalhar na mudança das Grandes Suposições

Uma vez tendo as Grandes Suposições claras é hora de testarmos elas para aos poucos invalidá-las ou validá-las dentro de uma proporção mais real.

Para isso, ainda dentro da mesma teoria, é possível usar um experimento SMART.

A sigla, em inglês, significa, em tradução livre: Seguro, Modesto, Acionável e Retificador (no sentido de pesquisar e corrigir qualquer visão distorcida, para cima ou para baixo, construídas pelas Grandes Suposições).

Para facilitar o planejamento desse teste é possível usar a estrutura a seguir:

Como testar uma Grande Suposição

É importante lembrar experimento deve ter as características SMART para que possamos lidar com ele, ou seja, é importante que ele seja Seguro para nós, Modesto ou pequeno suficiente para sermos capazes de realiza-lo com certa facilidade, Acionável para que possa ser aplicado desde já e Retificador para mantermos a curiosidade ativa e não tentarmos direcionar para o resultado que queremos.

A seguir é possível ver um exemplo preenchido do teste SMART.

Como testar uma Grande Suposição - Exemplo na Imunidade à mudança

Segundo os autores, essa estrutura pode ser usada tanto individualmente, quanto para grupos ou mesmo para empresas, fazendo pequenas adaptações no processo de facilitação.

Para mais informações vale acessar o site do Minds At Work que contém diversos estudos nesse sentido.

De qualquer maneira já vale tentar preencher a estrutura e descobrir mais sobre nossa imunidade à mudança.

Referências

KEGAN, Robert; LAHEY, Lisa Laskow. Immunity to Change: How to Overcome It and Unlock the Potential in Yourself and Your Organization (Leadership for the Common Good). EUA: Harvard Business School Publishing Corporation, 2009.

PUC RS. Disponível em: <https://online.pucrs.br/pt-br/>. Acesso no dia da postagem.

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